No difícil mundo da caçada, força muscular, reações rápidas, boa visão e alta velocidade garantem o sucesso.
Quando se trata de caçar, o maior corredor entre os animais terrestres é o guepardo. Seu corpo esguio e aerodinâmico, com pequenas orelhas, pernas longas e espinha flexível é perfeitamente desenhado para arrancadas rápidas.
A aceleração do guepardo é espantosa. Como uma flecha atirada de um arco, ele atinge, a partir da imobilidade, uma velocidade de 70km/h em três segundos — quase tão rápido quanto um carro de fórmula um e mais rápido que a maioria dos carros esportes.
Em velocidade máxima, o guepardo pode alcançar 100km/h, embora apenas por curtas distâncias. Quando não alcança sua presa (geralmente uma gazela) após cerca de 20 segundos ao longo de 500m, ele desiste da caça. Arrancadas a essa velocidade exigem muito de seu organismo, e embora a corrida seja curta o guepardo precisa descansar e recuperar o fôlego.
O segredo dessa incrível velocidade é a flexão e extensão da sua espinha, que aumentam muito o comprimento de sua passada - a distância entre o ponto onde suas patas traseiras deixam o solo e o ponto onde voltam a tocá-lo. Como sua espinha arqueia-se numa extensão surpreendente, suas pernas traseiras podem alcançar uma longa distância à frente. Quando sua espinha se estende, aumenta o alcance das pernas dianteiras, aumentando ao mesmo tempo a força do impulso das pernas traseiras. Essa flexão da espinha dá ao guepardo uma passada de cerca de 7m - o que decidirá entre o sucesso ou o fracasso da caçada.
A toda velocidade, o guepardo movimenta-se numa série de gigantescos saltos, com o corpo solto no ar duas vezes a cada passada - uma quando está totalmente estendido e outra quando está flexionado e tenso, pronto para o próximo salto. A enorme aceleração deste felino é aumentada pois suas garras, que não se retraem totalmente, funcionam como as travas dos tênis dos corredores.
Pode parecer impossível que o guepardo fixe seus olhos no alvo durante o salto, mas assim como uma metralhadora de um moderno tanque de guerra persegue o alvo num campo de batalha acidentado, o guepardo mantém a cabeça firme devido à grande flexibilidade de suas espáduas. Uma estreita faixa de células fotossensíveis concentradas em suas retinas permite que ele distinga a presa no meio da paisagem.
Mesmo com todas essas vantagens, para abater uma presa o guepardo tem que chegar a 45m, antes que ela se assuste e acabe fugindo.
Ao contrário da maioria dos felinos, o guepardo caça de dia, sempre no frescor do amanhecer ou do anoitecer, examinando o terreno trepado num galho de árvore ou no topo de um cupinzeiro. Os bons pontos são marcados com urina para afastar outros guepardos, e ele desloca-se de um ponto a outro até encontrar um lugar para atacar.
A forma como o guepardo ataca depende da situação. Se a gazela estiver quieta ele age furtivamente, escondendo-se na vegetação. Qualquer que seja a forma de aproximação, muita energia será despendida no momento do ataque. O guepardo corre em linha reta, prevendo a direção da sua presa para interceptá-la; então, em uma última arrancada ataca as patas traseiras da gazela, joga-se sobre a vítima e sufoca-a com uma forte mordida na garganta, matando-a em menos de dois minutos.
Tanto o caçador como a caça atingem o limite de seu fôlego, o que explica por que o leve felino consegue subjugar tão rapidamente a gazela. As gazelas adultas têm geralmente a metade ou um terço do peso de um guepardo adulto, e não chegam aos seus ombros, em estatura. Mesmo assim os guepardos tendem a escolher as gazelas mais novas porque são mais leves.
Após a caçada o guepardo precisa descansar, tenha ele conseguido ou não pegar sua presa. Numa corrida de 180m, a temperatura do felino sobe perigosamente de 38,5°C a 40°C - um nível que mantido por mais de um minuto pode causar lesão cerebral. Então, o guepardo senta-se e respira fundo por quinze minutos para baixar sua temperatura. Após o descanso estará pronto para comer, mas caso não tenha conseguido nada recomeça a caçada.
Guepardos machos
Quando os guepardos machos têm cerca de dezoito meses, saem de perto da mãe. Alguns vagam sozinhos até serem fortes o bastante para conquistar um território, mas muitos vivem em grupos de até quatro irmãos de uma mesma ninhada, ou com outros machos.
Possivelmente os machos jovens vivem e caçam juntos por ser mais fácil para um grupo de machos do que para um macho solitário estabelecer-se num território e defendê-lo. Esses grupos em geral defendem pequenos territórios, cujo tamanho depende da disponibilidade de caça.
Há geralmente ferozes conflitos entre os machos nômades e os que vivem em um território de grupo.
É normal que os machos e as fêmeas vivam separados. As fêmeas são nômades e vivem à procura de presas e de um lugar seguro para cuidar dos filhotes. Levam uma vida solitária e raramente interagem com outras fêmeas.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
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